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Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), as Neoplasias de Mama perfazem o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano. Em 2013, último levantamento divulgado pelo INCA, o câncer de mama foi responsável por 14.388 mortes, sendo 181 homens e 14.206 mulheres, com estimativa de 57.960 novos casos em 2016 . O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.

Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Estatísticas indicam aumento da sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento.

O tratamento conservador da mama é o padrão para as mulheres que preenchem os critérios para cirurgia conservadora de mama (CCM), mas que necessariamente deverão submeter-se a radioterapia adjuvante (RTA) em tempo hábil, sua segurança oncológica foi demonstrada em diversos ensaios clínicos randomizados tornando-se a abordagem cirúrgica preferencial para as pacientes com tumores iniciais.

Na avaliação da eficácia da CCM seguida de RTA versus CCM isolada, demonstrou-se redução de aproximadamente 70% de risco de recorrência na mama ipsilateral no braço de RTA. Uma estratégia para a melhoria do acesso a radioterapia é a diminuição do tempo de tratamento, chamado de hipofracionamento. A radioterapia tradicional no câncer de mama é feita em 25 a 33 frações, 5 dias por semana, devendo iniciar-se em até 4 a 6 meses após a cirurgia nas pacientes submetidas a quimioterapia (QT) , e em até 2 a 3 meses naquelas sem QT. Alguns esquemas hipofracionados foram

propostos por renomados centros de tratamentos oncológico ao redor do mundo. Esses grupos utilizam de 16 a 20 frações, com ou sem complemento de dose em leito tumoral concomitante, o que reduz o tempo de tratamento em 36% quando comparado com o esquema convencional. Os primeiros resultados publicados por Whelan e colaboradores em 2002 mostraram a equivalência do esquema hipofracionado em termos recorrência local e de cosmese em relação ao fracionamento convencional. Os fortes resultados mostrados na publicação da atualização dos dados com 10 anos de seguimento tornou este esquema sólido e seguro.

Para que o sistema seja implementado com sucesso, há de se ter nos serviços de radioterapia condições para planejamento adequado utilizando Radioterapia Conformada (RTC), sem a qual não é possível assegurar um tratamento seguro e de qualidade. A RTC permite ao radioncologista aprovar planejamentos que respeitem a tolerância de órgãos de risco e que permitam a cobertura máxima da mama com homogeneidade de dose, evitando os chamados “pontos quentes”.

Na nossa prática clínica, utilizamos o protocolo de hipofracionamento em tumores de mama, para as pacientes que preenchem os critérios de inclusão, com 20 aplicações, além de planejarmos nossos tratamentos com Radioterapia Conformada, utilizamos técnica de monitoração em tempo real em cada aplicação de radioterapia chamada de Radioterapia Guiada por Imagem (IGRT) com sistema Exac Trac®, o que assegura maior segurança ao paciente na entrega de dose do tratamento.

Desta maneira, a opção de radioterapia hipofracionada de mama deve ser oferecida a pacientes selecionadas, como uma opção segura e equivalente em relação ao fracionamento convencional, que pode facilitar o acesso destas pacientes aos serviços de radioterapia, reduzir tempo de tratamento, garantir excelentes resultados em cosmese e, mais do que tudo isso,

garantir tratamento digno e adequado as pacientes portadoras de CM, metas que devem sem priorizadas.