Pesquisadores das Universidades de Chicago e Duke publicaram, em dezembro de 2011, na revista PloS ONE (PLoS One 2011;6(12):e28650), o primeiro estudo analisando a expressão de microRNA diferencial em um estado metastático intermediário, o estado oligometastático. Sabe-se que alguns pacientes permanecem indefinidamente oligometastáticos (com até cinco lesões tumorais metastáticas); outros, contudo, evoluem para um estado de doença metastática difusa, chamado polimetastático. Buscando encontrar marcadores moleculares capazes de predizer o modo como os pacientes evoluirão, os autores estudaram a expressão de microRNA dos blocos de parafina de lesões primárias ou metastáticas de 34 pacientes no momento em que foram tratados com radioterapia estereotáxica extracraniana (eram oligometastáticos). Havendo surgimento de tumores em mais de cinco focos ou nas cavidades cerebroespinhal, pericárdica, peritoneal ou pleural, em até quatro meses após o tratamento radioterápico, eram os pacientes categorizados como polimetastáticos. Os padrões de expressão de microRNA das
amostras metastáticas foram capazes de classificar corretamente o curso clínico dos pacientes. Micro-RNA-200c pode apresentar propriedades anti ou pró-metastáticas inibindo a transição epitélio-mesenquimal nos sítios primários ou estimulando-a nos tecidos a serem colonizados. Uma função importante da família miR-200 é manter o fenótipo epitelial através dos genes Zeb1 e Zeb2, os supressores da E-caderina. O estudo comentado atestou as propriedades pró-metastáticas do miRNA-200c, obteve um método hábil para predizer o estado metastático futuro de pacientes com oligometástases e lançou luzes sobre o entendimento das vias metabólicas envolvidas nos processos de invasão e metástase.